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“Durante a alta demanda, a empresa cobra um valor bem maior do passageiro, mas paga o mínimo possível do motorista”, diz motorista de app

A imagem mostra uma reunião ou audiência em um ambiente formal, possivelmente uma câmara legislativa ou sala de comissões, com três homens em destaque. No centro, um homem identificado como "Vinicius" está falando ao microfone, vestindo uma camisa verde listrada de branco. Ele parece estar discutindo ou apresentando um tópico sobre a "Relação de trabalho em aplicativos de transporte (PLP 12/24)" conforme indicado no gráfico abaixo dele. À esquerda, um homem em trajes formais azul escuro parece estar concentrado em seu laptop. À direita, outro homem, também em trajes formais, está manuseando seu celular. Todos estão sentados em uma longa mesa com microfones, rodeados por outros participantes ao fundo e placas indicativas da "Comissão de Defesa do Consumidor" e a data "08/05/24".

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Vinícius diz que a Uber paga o mínimo que o motorista suporta e que o algoritmo da plataforma está treinado para isso.

Durante uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (8) pela Comissão de Direitos do Consumidor, o motorista Vinícius, um profissional de transporte por aplicativo, manifestou preocupações sobre as práticas de tarifação vigentes que afetam tanto motoristas quanto usuários.

Vinícius iniciou seu discurso destacando a frequente insatisfação dos consumidores com os serviços de transporte por aplicativo. “Quem entre os consumidores nunca teve um Uber que demorou muito para chegar? Isso porque o motorista cancelou a viagem várias vezes”, questionou, elucidando que o cancelamento ocorreu devido às baixas taxas repassadas aos motoristas. “Eles cancelam repetidamente. O problema é que demora muito tempo e não se encontra o carro”, acrescentou.

O motorista explicou que a necessidade de rejeitar várias viagens até encontrar uma que ofereça um pagamento aceitável é uma consequência direta da baixa remuneração. “O motorista precisa rejeitar muitas viagens até encontrar uma que ofereça um pagamento aceitável”, disse Vinícius, destacando o dilema enfrentado pelos profissionais que têm custos crescentes a cada viagem realizada.

Vinícius também criticou a falta de ajustes na tarifa desde 2015, apontando para a necessidade de um modelo de remuneração baseado em quilômetro rodado. “A empresa busca um equilíbrio entre oferta e demanda, mas desde 2015 o motorista não recebe um reajuste. E esse equilíbrio se resume em aumentar ainda maisa tarifa do motorista para deixar mais barato para o passageiro”, lamentou. Segundo ele, a empresa de transporte tenta “pagar o mínimo possível ao motorista e o algoritmo está treinado para isso”, uma prática que os prejudica, especialmente aqueles em áreas mais periféricas da cidade onde as tarifas são ainda mais baixas.

De acordo com Vinícius, nas zonas periféricas das cidades as plataformas diminuem o valor das corridas para os passageiros numa tentativa de os estimularem a solicitar as viagens, e aumentam as tarifas dos motoristas: “entretanto a Uber não abre mão da fatia delas”. 

O motorista levantou ainda uma questão sobre a qualidade dos veículos. “Às vezes chega um veículo em más condições. Isso é um reflexo dessa tarifa muito baixa que a empresa pratica”, afirmou, indicando que a baixa tarifação compromete a capacidade dos motoristas de manterem seus veículos em condições adequadas.

Ao final de sua participação, Vinícius fez um apelo por uma regulamentação mais justa. “Se vai haver uma regulamentação, que seja feita de maneira justa. Um quilômetro rodado deve ser regulamentado de forma que seja reajustado anualmente”, propôs, questionando a justiça do equilíbrio que a empresa busca entre lucro e serviços prestados.

“O algoritmo da Uber que tenta pagar o mínimo possível ao motorista. E para o passageiro, a empresa tenta cobrar o máximo que ele pode pagar. Assim, ela consegue maximizar seu lucro. Pergunto então: esse é o equilíbrio de oferta e demanda que a empresa busca? Isso é justo? Para nós? Para os usuários?”, finaliza Vinícius. 

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