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Mobipop: “Temos cidade com taxa mínima de R$21 e motorista que fez R$22 mil em um mês”

Mobipop. Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.

App regional enfrenta desafios de conectividade e concorrência, mas mantém crescimento no centro-oeste.

Natural de Barra dos Garças, Mato Grosso, Márcio Henrique Ferreira adquiriu o aplicativo Mobipop em 2019 e, desde então, atua em quatro cidades da região centro-oeste.

O gestor conta que ainda continua em seu trabalho no regime CLT, no qual atua como TI, mas que, no início da plataforma, trabalhou alguns dias como motorista e decidiu acreditar na proposta de compra do app.

Dessa forma, fez os ajustes, como incluir no sistema iOS, auxiliar na área de vendas, pagamento, contador e jurídico: “O nosso aplicativo é regional porque a gente não frisa a quantidade de corridas”.

Márcio ainda ressalta a dificuldade de internet na região e diz que o acesso às redes de Wi-Fi dificulta nos chamados de corridas: “A internet não ajuda”.

Além disso, destaca as corridas clandestinas e cita que muitos motoristas não se cadastram oficialmente em apps e trabalham com corridas particulares sem nenhuma fiscalização: “A lei dá muita brecha. Tem o clandestino, tem o WhatsApp, tem as prefeituras. Nenhuma prefeitura no mundo tem fiscalização, não tem. E nos atrapalha muito”.

Com uma média entre 8 a 10 mil corridas mensais no Mobipop, o gestor completa: “Eu tenho um motorista que, esse mês, fez mais de 600 corridas”.

Ele também ressaltou que, quando sua base de motoristas chega a quase 60 cadastrados, limita a liberação. E, quando questionado sobre o volume de corridas, responde: “Temos uma média de 8 a 10 mil corridas mensais na plataforma”.

Sobre o faturamento mensal dos motoristas, ele explica que há uma variação, mas conta: “Tenho um motorista que faturou mais de R$22 mil em um mês. Sim, é muito dinheiro, mas ele tem um ótimo carro”.

Com a chegada da inDrive na região, houve impacto no número de corridas?

“A minha briga aqui na região é a questão de antecedentes criminais. Aqui eu puxo todo o histórico, o pessoal não puxa nada. Inclusive, mesmo agora, eu acabei de falar pro pessoal: ‘Ó, a gente vai ter que colocar motorista pro final do ano’.

E ele falou: ‘Mas não aparece o motorista com IAR.’ Eu falei: ‘Dá 30 dias pra tirar.’ Ele não tirou. O pessoal vai para outros apps regionais, ou para o inDrive, porque eles aceitam todo mundo. A lei é muito vaga e poderia ser mais rígida nesse sentido.”

Como funciona a mensalidade para os motoristas cadastrados?

Ela varia. Eu tenho planos para universitários, que são os meninos universitários, já que lá é uma cidade universitária.

Ela varia, assim, se você é universitário ou qualquer outro trabalhador. Atuamos com uma mensalidade de R$500 fixos, em Barra do Garças.

Só se ele pagar adiantado um dia antes, ganha R$50 de desconto, saindo por R$450. Para aqueles motoristas provisórios, que só trabalham no final de semana, eu não consigo abaixar muito, mas eu dou um desconto para ele, que pode trabalhar por R$400. Mas é muito raro isso.

Como funcionam os valores das corridas mínimas do aplicativo?

Em Barra do Garças, a corrida mínima no aplicativo está configurada em R$11,99. Quando a dinâmica é ativada na cidade toda, com um multiplicador de 1.6, as corridas já começam em R$21. Isso ajuda a garantir um bom retorno, mas ainda não compensa abrir uma filial em Água Boa, que é uma cidade pequena e não comporta esse tipo de investimento. Lá, o cenário é mais limitado, e a configuração precisa ser diferente.

Além disso, os custos operacionais variam muito entre as cidades. Em Barra do Garças, o combustível custa cerca de R$4, enquanto em Água Boa o preço é R$6. Isso afeta diretamente a operação. Por exemplo, em Água Boa, o táxi tem uma corrida mínima de R$35. Quem quer, paga. Mas a competição é muito grande, e isso também influencia.

Quando o aplicativo começou em Barra do Garças, em 2019, os táxis cobravam mais de R$30 por corrida mínima. Hoje, o valor caiu para R$12, porque eles tiveram que se adaptar. Eles até abriram o próprio aplicativo, mas a concorrência é alta. Tem muitos aplicativos na cidade – uns 10 só da Machine – além de outros, como o inDrive, que também está lá. O problema do inDrive é que, no começo, atrai motoristas com preços baixos e corridas baratas, mas depois fica difícil sustentar valores abaixo de R$12.

Em cidades pequenas, como Água Boa, a situação é ainda mais complicada. Apesar de ser uma cidade menor, com 29 mil habitantes, tem táxi, mototáxi – que cobra R$28 por corrida –, vários aplicativos e muita concorrência. Alguns até tentaram se firmar, mas não conseguiram. A demanda é baixa e o custo operacional alto, então não vale a pena abrir novas plataformas ou filiais por enquanto.

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