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Kangu: o que é e como funciona?

fundo cinza claro, kangu e um canguru em laranja

A Kangu é uma plataforma tecnológica que conecta vendedores, transportadoras e pontos de coleta para agilizar as entregas dos e-commerces.

Publicado em 05/10/2020 – Atualizado 30/06/2021

Como realizar uma entrega da forma mais rápida e barata possível?

Essa é a pergunta feita por e-commerces, restaurantes, supermercados e qualquer outro estabelecimento que trabalhe com entregas.

Na maior empresa do setor dentro da América Latina, não é diferente.

O Mercado Livre está sempre à procura de soluções para vencer o desafio da última milha.

Por exemplo, já falamos aqui sobre o Mercado Envios Flex, o sistema de entregas no mesmo dia da empresa.

Foi à procura das melhores soluções para o setor, que a empresa anunciou, em setembro de 2020, a aquisição de parte da Kangu.

Na prática, as duas já tinham uma parceira desde meados de 2019, como explica a matéria da NeoFeed.

O Mercado Livre selecionou a Kangu para desenvolver soluções para a última milha das entregas da empresa.

Ela foi fundada em março de 2019, pelos empreendedores Ricardo Araújo, Marcelo Guarnieri e Celso Queiroz.

Os três se conheceram enquanto trabalhavam na Rapidão Cometa, empresa que posteriormente foi adquirida pela Fedex, uma das principais companhias de correspondências do mundo.

O objetivo inicial era atacar três pontos do mercado de logística brasileiro, como aponta o Brazil Journal:

  • Dificuldade dos consumidores de receber o produto durante o horário comercial;
  • A logística reversa;
  • A falta de acesso dos pequenos e-commerces às grandes soluções logísticas.

Dessa forma, a Kangu nasceu com uma proposta bem interessante.

O que é a Kangu?

A Kangu é uma empresa que credencia pequenos estabelecimentos locais para servirem como pontos de apoio e centros de distribuição de e-commerces.

Ao mesmo tempo, ela atua como um marketplace de transportadoras, já que possui contrato com essas empresas, disponibilizando condições especiais para seus clientes.

Atualmente, a empresa trabalha com as seguintes transportadoras:

  • Correios;
  • Courier;
  • Rede Sul;
  • Loggi;
  • Sequoia;
  • Buslog.

Com esse modelos de negócio, podemos dizer que a empresa trabalha em 4 frentes: postagem de mercadorias, retirada de mercadorias, devolução de mercadorias e marketplace de transportadoras.

Como estrutura de logística, ter esses pontos de coleta acaba sendo mais vantajoso do que a transportadora ter que parar de sede em sede das lojas virtuais para realizar a coleta dos produtos.

Em entrevista para o Tecnologística, um dos fundadores da Kangu, Ricardo Araújo, explicou que a empresa fica de olho para não superlotar uma loja parceira. Por isso, quando identificam que um único local está acumulando muitos produtos, começam a trabalhar para realizar novas parcerias na região.

Atualmente, a Kangu conta com uma rede de 3.200 pontos para coleta e retirada, trabalhando com as 6 transportadoras parceiras cadastradas e já tendo realizado mais de 19 milhões de entregas.

Além disso, principalmente após a parceria com o Mercado Livre, a Kangu iniciou seu processo de internacionalização, já estando presente no México e na Colômbia.

Segundo matéria do Brazil Journal, esse modelo já é muito comum fora do Brasil.

Na Índia, por exemplo, muitas casas não possuem CEP, fazendo com que a Amazon adote um modelo semelhante para realizar suas entregas.

Além do Mercado Livre, empresas como a Dafiti, Antes de mim e Printi também usam o serviço.

Como funciona a Kangu?

Na prática, funciona da seguinte forma: de um lado, o e-commerce se cadastra na Kangu.

Do outro, a loja local se cadastra para ser um ponto credenciado.

Então, o responsável pelo e-commerce deixa seus produtos na loja credenciada mais próxima.

A partir daí, há duas opções:

O consumidor final pode se encaminhar até o ponto para fazer a retirada ou entregadores da própria Kangu fazem a coleta do produto para realizar a entrega ou encaminhar para uma transportadora parceira.

O cadastro, tanto para os e-commerces que desejam usar a estrutura da Kangu, quanto para lojas que desejam se credenciar como ponto de retirada é feita pelos sites:

Ainda ficou confuso? Vamos aprofundar como funciona para cada um dos envolvidos.

Para os e-commerces

Os e-commerces podem fazer um orçamento gratuito direto no site.

Por lá, eles vão digitar o CEP de destino e o CEP da entrega, além das informações do produto: altura, comprimento, largura, peso e valor da carga.

Em seguida, vai aparecer na tela alguns orçamentos de transportadoras parceiras.

Tabela de preços da Kangu/Correios

No caso das lojas que ainda não estão cadastradas na Kangu, basta preencher o formulário no site.

Não é cobrada nenhuma mensalidade e, após escolher a transportadora que melhor se adequa à necessidade da loja, o responsável vai realizar o pagamento, imprimir a etiqueta e levar a mercadoria, já na embalagem e etiquetada, até um dos pontos da Kangu ou na própria loja dos Correios.

É possível enviar quantos produtos quiser, desde que ele se encaixe nas regras da empresa, que são:

  • Não ser perecível, vivo, inflamável ou de muito valor;
  • Ter comprimento mínimo da embalagem de 15 cm e máximo 100 cm;
  • Ter largura mínima da embalagem de 10 cm e máxima de 100 cm;
  • Ter altura mínima da embalagem de 1 cm e máxima de 100 cm;
  • Ter a soma de todos os lados menor que 300 cm;
  • Ter o peso máximo de cada embalagem menor que 30 kg.

Assim, entre os produtos proibidos pela empresa estão: dinheiro, jóias, cigarro, armas e munição e vidros.

A plataforma da Kangu também oferece integração com diversos outros sistema para e-commerces:

  • Bling;
  • Get.commerce;
  • DScomm;
  • Loja Integrada;
  • Irroba;
  • Opencart;
  • PrestaShop;
  • Magento;
  • WooCommerce;
  • iSET;
  • WBUY;
  • Nuvemshop.

Para os pontos de coleta

Os estabelecimentos que desejarem ser um ponto de coleta devem preencher o formulário no link que colocamos acima.

A Kangu exige:

  • Espaço físico proporcional a capacidade diária de encomendas que você indicará no cadastro;
  • Celular com acesso a internet;
  • Estabelecimento com localização de fácil acesso, sem bloqueios como portas ou catracas e horário de funcionamento de segunda a sexta em horário comercial;
  • Regularização de CNPJ ou MEI na receita federal e possuir conta bancária jurídica (em caso de MEI, pode-se usar a conta física do registrado).

Em troca, a empresa promete mais exposição para a marca e mais fluxo para o estabelecimento.

Os entregadores parceiros da Kangu vão diariamente no local fazer a retirada ou entrega das encomendas.

Como ser um motorista agregado da empresa?

Dentro do site, mais especificamente em kangu.com.br/cadastre-se, a empresa disponibiliza um formulário de cadastro para motoristas que desejam agregar seus veículos para fazer parte da logística da Kangu.

Para isso, é necessário informar: CPF/CNPJ, nome completo/razão social, nome fantasia (pessoa jurídica) e endereço completo.

Além disso, também é necessário fornecer outros dados relativos ao motorista, como CPF, RG, CNH, nome completo, data de nascimento, nacionalidade, telefone, celular, endereço completo, nome dos pais, e-mail, região de interesse de atuação, além de dados do proprietário da ANTT, do proprietário do veículo e do veículo, como o chassi, marca e modelo.

A plataforma exige que os candidatos subam imagens de alguns documentos solicitados como o CNH, RNTRC e exame toxicológico.

Por fim, a empresa também pede o nome duas pessoas para referências, pessoais e profissionais. Elas serão contatadas pela Kangu.

O que o Mercado Livre ganha com a Kangu?

Ao contrário dos principais Marketplaces do Brasil, como a Magazine Luiza e a Via Varejo, o Mercado Livre não possui lojas físicas.

Assim, muitos especialistas apontam isso como uma desvantagem. Afinal, não conseguiriam replicar o modelo ship from store ou a retirada em loja, modalidade em que suas duas principais concorrentes apostaram, principalmente durante a pandemia.

Com a Kangu, o Mercado Livre ganhou capilaridade, podendo competir de igual para igual com estas outras gigantes.

Vinícius Guahy

Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.

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