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Loggi: a história do principal app de entregas do Brasil

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Loggi a historia do principal app de entregas do Brasil
Loggi a historia do principal app de entregas do Brasil

A história da Loggi marca um processo de revolução no mercado de entregas no país, utilizando tecnologia para conectar clientes, empresas e entregadores.

Publicado em 17/07/2020 – Atualizado em 25/01/22

No início de junho de 2020, o Google apresentou um estudo no Brazil at Silicon Valley no qual analisou o momento da economia brasileira, principalmente no que diz respeito à inovação.

A análise mostrou, ainda, quais foram as startups mais procuradas durante a pandemia da Covid-19. O estudo foi feito com base no volume de pesquisas no buscador.

Com a impossibilidade de frequentar bares e restaurantes, ou até mesmo realizar compras em estabelecimentos comerciais, a procura por delivery cresceu 30% entre os meses de março e abril.

Entre as startups que aumentaram seu volume de pesquisa se destacam: iFood, Liv Up, Rappi e Loggi. A última, inclusive, teve aumento de 94% em suas buscas.

Por meio do Google Trends, a plataforma do Google para análise de dados de pesquisa, é possível ver que em dezembro de 2021, a empresa teve seu maior volume de buscas na história. Com uma forte tendência de alta desde o início da pandemia.

Assim, na medida em que os olhos dos brasileiros vão se voltando para a Loggi, vamos descobrir um pouco da história dessa empresa, que revolucionou a forma de solicitar um motoboy.

A História da Loggi

Em entrevista ao portal StartSe, o fundador da Loggi, Fabien Mendez, destrinchou sua história e da empresa que fundou e preside até hoje.

O francês nasceu no pequeno vilarejo de Le Bosc, na Riviera Francesa, mas foi morar na Espanha durante sua adolescência.

No entanto, anos depois, retornou ao seu país natal, mais precisamente para a capital Paris, em que foi estudar Direito e Economia.

Ainda na capital francesa, Fabien começou a trabalhar como analista de fusões e aquisições na J.P Morgan, uma das principais consultorias financeiras do mundo.

Oriundo do mercado financeiro, foi graças a um emprego que veio morar e começar a empreender no Brasil.

Apesar disso, o país não era novidade para Fabien, que anos antes havia se encantado com a famosa capa da revista The Economist, em que o Cristo Redentor aparecia decolando como um foguete. Além disso, o francês havia feito intercâmbio pela Fundação Getúlio Vargas.

Capa da revista The Economist, que mostra o Cristo Redentor decolando
Capa da ‘Economist’/Reprodução

Contratado como executivo da BNP Paribas, maior banco de investimento da França, desembarcou na capital paulista como funcionário, mas tempo depois decidiu abrir seu próprio negócio.

Curiosamente, apostou no mercado de transporte de passageiros por aplicativo, com o app GoJames. No entanto, em um país que até então nem a Uber atuava e a regulamentação era praticamente inexistente, o negócio não durou muito. Porém, ficou a enorme vontade de empreender.

O momento da virada

Era junho de 2013 e o país vivia uma crise política e econômica. Tal cenário aliado a um empreendimento mal sucedido seria o conjunto necessário para muitas pessoas desistirem de empreender. Mas Mendez não pensou assim.

Segundo o blog da Loggi, ao observar o intenso fluxo de motoboys no país e as falhas na organização e no processo de entrega como um todo, decidiu investir no ramo para otimizar a operação.

Junto ao desejo de melhorar o sistema de entregas, veio a regulamentação da profissão, que fez com que os motoboys precisassem atender a mais critérios para trabalhar.

Além disso, apesar da situação financeira do país, naquele momento houve uma expansão de smartphones com preço acessível, o que aumentou o acesso não só à internet, mas também a aplicativos e funcionalidades online para as classes mais baixas. E foi aí que a Loggi nasceu.

Assim, o app passou a facilitar a vida de pessoas físicas ou jurídicas. Basta baixar o aplicativo, encontrar um mensageiro disponível e dar todas as instruções para entrega ou retirada de pacotes, encomendas ou documentos.

O que começou como uma alternativa de entregas local e focada em escritórios, hoje é uma das maiores plataformas de transporte do país.

A empresa mergulhou de cabeça em 2015 na missão de atender e-commerces em seu escopo, o que se provou um tremendo acerto. Com a pandemia levando ao aumento de compras online, a Loggi, como pioneira no Brasil, tornou-se um serviço essencial.

Uma visão à frente do tempo que trouxe benefícios a longo prazo.

Loggi em números

8 anos após a criação, a Loggi alcança 150 milhões de pessoas ao redor das 5 regiões do país.

Isso é possível, devido a expansão da malha logística da empresa. Seu aplicativo para entregadores já foi baixado mais de 1 milhão de vezes, apenas na Play Store, e a empresa tem mais de 40 mil motoristas ativos.

Em matéria da revista Veja, em julho de 2019, a empresa dizia realizar 100 mil entregas diárias, com projeto de bater 5 milhões até o final de 2022, conectando 95% dos brasileiros. Mais de 400 e-commerces, de todos os tamanhos, já são clientes da Loggi. Em abril de 2021, a marca já era de 300 mil entregas diárias.

Além disso, está presente em 36 municípios do país, o que representa 35% da população e 70% do e-commerce nacional.

De lebre a unicórnio

Em 2019, com investidores como, SoftBank, Microsoft e GGV Capital, a startup ingressou no seleto grupo dos unicórnios brasileiros – empresas avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares, graças a um investimento do SoftBank.

Em fevereiro de 2021, a empresa recebeu um investimento de R$ 1,15 bilhão. Com outros investidores como CapSur Capital, Microsoft e GGV Capital, a Loggi chegou a um valor de mais de US$1 bilhão recebidos em seus 8 anos de operação.

Além de consolidar a expansão nacional da empresa, os investimentos foram também direcionados ao crescimento internacional. A Loggi anunciou em 2019 a abertura de um escritório em Lisboa.

Categorias e serviços

As entregas, é claro, são a razão de existir da companhia. Mas além das diferentes modalidades, a empresa também busca investir em conhecimento e tecnologia. Atualmente esses algumas das categorias e serviços que compõem a Loggi:

  • Loggi Já: categoria de same day delivery, ou seja, modalidade em que o cliente recebe sua encomenda no mesmo dia.
  • Loggi Pro: categoria voltada para e-commerces que desejam realizar suas entregas no mesmo dia ou no dia seguinte à compra. 
  • Loggi Leve: espécie de franquia da Loggi, em que transportadoras podem usar a tecnologia da empresa, sendo um braço dela nos municípios.
  • Loggi BUD: plataforma de fomento a pesquisas acadêmicas na área de logística.
Vinícius Guahy

Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.

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