O quinto e último dia do Summit Mobilidade trouxe debates sobre maneiras inovadoras de revolucionar a mobilidade urbana.
Chegamos ao quinto e último dia do Summit Mobilidade Urbana 2021, que tratou de um tema que não poderia ser mais adequado.
Durante todo os dias de evento, muito se discutiu sobre as tendências do futuro da mobilidade, as mudanças que estão sendo e deverão ser feitas. Ficou clara a importância de olhar além do agora e planejar da melhor forma possível os próximos anos.
Por isso, o quinto dia do Summit, abordou as inovações estruturais e tecnológicas que chegam as diversas áreas do mercado da Mobilidade e tem potencial para tornar melhor a vida da sociedade.
Cidades sensíveis
O primeiro painel do dia foi uma palestra de Carlo Ratti, arquiteto, engenheiro, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e diretor do Senseable City Lab.
O Senseable City Lab, ou em tradução livre, Laboratório da Cidade Sensível é um grupo de pesquisa que explora a forma como as novas tecnologias estão mudando o planejamento e as realidades das cidades.
Ratti pontua que a revolução digital, que aos poucos já alterava o modo de vidas nas cidades, foi intensificada com a pandemia.
Isso contribuiu para a quebra dos antigos paradigmas de que uma cidade deveria possuir quatro áreas fundamentais: habitação, trabalho, recreação e transporte.
Com a mudança para um regime digital, a “distância” entre essas áreas diminuiu e muitas vezes elas agora se sobrepõem. Não há exemplo melhor disso para os dias de hoje do que o home office.
Carlo, também traz sua experiência no campus do MIT, localizado no condado de Cambridge, em Boston. O campus conta com cobertura total de Wi-fi, o que permite que atividades que antes eram localizadas obrigatoriamente em prédios, agora possam ser realizadas em qualquer lugar, até mesmo ao ar livre.
E é justamente essa dinâmica que os estudos de Ratti e seu grupo, buscam trazer para o cotidiano das cidades. Diminuir as áreas ociosas através da inovação tecnológica e tornando as cidades mais compactas e eficientes.
Mobilidade e Tecnologia
A segunda mesa do dia foi formada por:
- Newton Neto, Diretor da área de parcerias do Google na América Latina;
- Paulo Manzano, Diretor de Marketing e Produto da Jaguar Land Rover no Brasil;
- Renata Cavion, Arquiteta e urbanista, professora e pesquisadora do Departamento de Engenharias da Mobilidade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
- Stella Hiroki, Doutora e pesquisadora sobre cidades inteligentes.
A mediação foi realizada pela jornalista do Estadão, Bia Reis.
O debate girou em torno do modelo que as cidades do futuro devem ter, para unir o melhor da tecnologia e da mobilidade e assim proporcionar bem-estar aos cidadãos.
Talvez uma das principais conexões que as pessoas fazem, ao ouvirem falar de mobilidade e tecnologia, é pensar sobre os carros elétricos.
Essa ainda é uma realidade distante no Brasil. Analisando o modelo atual de mobilidade e transportes, pode soar até mesmo utópico. Porém, ao redor do mundo, principalmente nos países desenvolvidos, carros elétricos já são uma realidade.
Tanto que está nos planos de muitas empresas do setor automobilístico, transformar seus produtos em 100% elétricos nos próximos 5 anos. Como é o caso da Jaguar.
Então, para que isso seja possível no Brasil e nos demais países que ainda lutam para se estruturar. É necessária uma análise caso a caso das cidades, para que qualquer planejamento de fato corresponda ao contexto do local.
São necessárias informações de alta qualidade e precisão. Nós [do Google] temos trabalhado em informações a nível de calçada. Precisamos ter em conta que as cidades brasileiras são totalmente diferente das cidades estadunidenses.
Newton Neto
Essa ideia contribui para a desmistificação do conceito de cidades inteligentes, apontado muitas vezes como algo futurista ou distante demais. A cidade inteligente na verdade, é a cidade que, após estudo, foi atualizada para otimizar a vida dos seus moradores.
Cidade inteligente é aquela que tem seus cidadãos como protagonistas.
Stella Hiroki
Aluguel de veículos elétricos
O painel complementar do quinto dia apresentou o panorama dos veículos elétricos no Brasil.
Participaram, Paulo André Domingos, Superintendente de Produtos e canais digitais do Itaú e, novamente presente, Paulo Manzano, representando a Jaguar.
Como já dito, a realidade dos veículos elétricos como soluções sustentáveis e economicamente viáveis no Brasil ainda é distante. Mas seguindo a linha de pensamento de uma cidade inteligente, devemos olhar para a nossa própria realidade.
Nesse sentido, um caso de sucesso que deve ser destacado no Brasil, é o das bicicletas elétricas do Itaú.
O Bike Itaú é um exemplo de trabalho de transporte alternativo bem pensado junto a realidade de uma cidade. Inicialmente o projeto oferecia, apenas bicicletas comuns, mas agora também já inclui modelos elétricos.
Espalhadas por diversos locais do Rio de Janeiro, as estações das bicicletas, são uma opção de se salvar do trânsito caótico e circular com facilidade pela cidade.