Descubra quem são os fundadores dos principais apps de transporte que operam no Brasil, Uber, 99 e Cabify.
Quando pensamos em aplicativos de transporte, três nomes surgem na nossa cabeça.
Já falamos aqui sobre a história da criação de cada um deles, mas hoje vamos ver a história de seus fundadores.
Uber
Dificilmente Travis Kalanick imaginou que a ideia que teve em 2009 mudaria para sempre os rumos da mobilidade urbana mundial.
Nascido no subúrbio de Los Angeles em 1976, Kalanick cresceu em uma família modesta, aprendeu programação ainda na adolescência e foi estudar engenharia na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), mas abandonou a graduação.
Porém, quando ainda era estudante, em 1998, o norte-americano ajudou a criar o Scour — a ferramenta de busca ponto a ponto (P2P), ou seja, onde um mesmo computador é, ao mesmo tempo, servidor e cliente.
O software é conhecido como uma das primeiras ferramentas de compartilhamento de arquivos como filmes e músicas no ambiente virtual.
Entretanto, a empresa foi processada pela Motion Picture Association of America (associação que representa os cinco maiores estúdios de Hollywood) por violação de direitos autorais e declarou falência.
Um ano depois, Kalanick fundou a Red Swoosh, também do setor de compartilhamento de torrents. Seis anos mais tarde e com diversos clientes corporativos, ele vendeu a empresa por 23 milhões de dólares.
Passando o ano novo em Nova Iorque, o empresário estava sem carro e gastou cerca de 800 dólares (R$4.300, na cotação atual) para contratar um motorista particular. A Uber surgiu da necessidade de realizar viagens particulares de forma mais barata.
Apesar do enorme sucesso da Uber, Kalanick sempre esteve envolvido com escândalos como assédio sexual, discriminação racial e de gênero, além de denúncias de falhas de segurança nas operações da empresa — até que renunciou ao cargo de CEO da empresa em 2017.
A história da criação da Uber e de seu fundador é contada no livro “A Guerra pela Uber”, do jornalista Mike Isaac.
99
O primeiro unicórnio brasileiro, ou seja, primeira empresa nacional a ser avaliada em 1 bilhão foi fundada a três mãos.
Em viagem a Alemanha em 2012, o brasileiro Ariel Lambrecht percebeu que solicitar corridas via aplicativo era uma tendência internacional.
Antes mesmo de retornar ao Brasil, Ariel já havia compartilhado o insight com Renato Freitas, com quem tinha sociedade em uma plataforma de compartilhamento de informações e conteúdos acadêmicos, a Ebah.
A empresa chegou a ter mais de um milhão de usuários ativos.
Trazer essa nova forma de viajar para o país era a meta dos dois.
Os dois já eram amigos de longa data, pois cursaram Engenharia Mecatrônica juntos na Universidade de São Paulo (USP). Ao retornar ao Brasil, amadureceram a ideia e procuraram Paulo Veras, ex-colega de graduação para dar início ao que se tornaria a 99.
Assim como os dois colegas, Veras se interessava muito por tecnologia e, na época, já havia criado um software que administrava clínicas médicas. Antes de se tornar co-fundador da 99, ele também participou da criação do GuiaSP, um catálogo de restaurantes e cinemas do estado.
Com um investimento inicial de 50 mil reais, a 99 foi fundada em 2012 e comprada pela chinesa Didi Chuxing em 2018.
Mesmo com o sucesso e o investimento milionário, os co-fundadores da empresa não se deram por satisfeitos. Antes mesmo da venda para a Didi, Ariel e Renato fundaram, em 2017, a Yellow, empresa de aluguel de bicicletas, que dois anos depois anunciou a fusão com a mexicana Grin, que alugava patinetes elétricos. Assim, nasceu a Grow, que se tornou líder em micromobilidade na América Latina.
A história da 99 também é contada em um livro, “O unicórnio amarelo”, escrito pelo próprio Paulo Veras e a jornalista Tania Menai.
Cabify
A empresa foi fundada pelo engenheiro Juan de Antonio em 2011.
Nascido na Espanha, Juan cresceu entre La Velilla (uma cidade de apenas 200 habitantes) e Madrid.
De família simples, era entregador de pizza quando começou a estudar Engenharia de Telecomunicações na Universidade Politécnica de Madrid.
Após concluir os estudos, trabalhou na área de otimização de redes de dados, antes de se tornar consultor estratégico no Boston Consulting Group (BCG), uma das três maiores consultorias estratégicas do mundo.
Recebeu uma bolsa Fulbright, um dos maiores programas de intercâmbio acadêmico norte-americanos, para realizar um MBA na Universidade de Stanford (Estados Unidos).
Terminando a especialização, Juan se tornou diretor de desenvolvimento de negócios da Zero Motorcycles, empresa estadunidense.
Durante suas viagens para Ásia e América Latina, ele encontrava muitas dificuldades com o preço do táxi.
Então, buscava negociar o preço das corridas com os motoristas, para que eles não usassem o taxímetro.
O protótipo da Cabify começou a atuar em Madrid e Barcelona, na Espanha.
Logo, investidores dos Estados Unidos entraram no negócio. Cerca de 6 semanas após seu lançamento, a Cabify contava com 20 mil usuários e 3 mil corridas realizadas.