Durante audiência pública no Senado Federal, o motorista de aplicativo Jair Almeida, que atua como secretário-geral da Associação dos Trabalhadores por Aplicativo do DF e Entorno, fez um alerta sobre a realidade vivida por profissionais do setor.
“Nós não somos empreendedores. Somos trabalhadores de plataformas que aprisionam psicologicamente e escravizam.”
Jair afirmou que as empresas vendem uma ilusão de liberdade, mas, na prática, controlam a atividade dos motoristas com bloqueios, punições e sistemas de avaliação automatizados.
Ganhos ilusórios e horas paradas sem pagamento
Segundo o representante da associação, a promessa de altos lucros engana principalmente os novatos na plataforma. “Falam que dá para fazer R$ 10 mil por mês, mas ninguém mostra o que sobra. A maioria não sabe o que é lucro e o que é despesa.”
Ele criticou as chamadas “horas ansiosas”, em que motoristas aguardam por corridas sem remuneração. “Ficar 4, 5 horas parado já virou rotina. Se a plataforma pagasse por isso, não teríamos esse volume descontrolado de novos cadastros.”
Jair defendeu a criação de um piso mínimo de corrida e um marco jurídico específico para motoristas de app, com garantias legais mínimas e proteção social adequada.
Impacto pessoal e abandono familiar
Jair contou que passou mais de 75 dias viajando por diversos estados do Brasil para ouvir motoristas e entender a realidade nacional. Dormiu dentro do carro e contou com ajuda de colegas da categoria.
“Perdi o crescimento dos meus filhos para sustentar a casa. São 10 anos de plataformas dominando o mercado e a gente perdendo a vida.”
Ele destacou que o sistema atual favorece motoristas mais jovens e penaliza os que estão há mais tempo na plataforma, além de ignorar realidades regionais como a de Brasília, onde a produtividade por quilômetro é diferente de cidades como São Paulo.
Apelo direto ao Senado
Encerrando sua fala, Jair fez um apelo aos parlamentares: “A gente não quer promessa. Quer uma legislação justa. Se não for por nós, que seja pelos próximos que virão. Mas alguma coisa precisa mudar.”
Nota de transparência: Esta matéria foi produzida com o apoio de inteligência artificial e revisada por um jornalista do 55content.