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Cláudio Sena: “Em 2016, eu fazia uma corrida do aeroporto até a Praia do Forte e recebia R$ 132. Hoje, para a mesma corrida, a Uber quer pagar R$ 90”

Cláudio Sena defendeu proposta alternativa ao projeto do governo federal.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Cláudio Sena, motorista de aplicativo, discursa durante audiência pública sobre regulamentação dos apps em Lauro de Freitas (BA).
Cláudio Sena, motorista de aplicativo, criticou a política de tarifas da Uber e alertou para perdas financeiras da categoria durante audiência em Lauro de Freitas (BA).

Durante audiência pública da Câmara dos Deputados em Lauro de Freitas (BA), o motorista de aplicativo Cláudio Sena fez um apelo contra a proposta de regulamentação apoiada pela Uber e pelo Governo Federal. Para ele, o modelo atual agrava ainda mais a situação dos profissionais do setor, já precarizados.

“Em 2016, eu fazia uma corrida do aeroporto até a Praia do Forte e recebia R$ 132. Hoje, para a mesma corrida, a Uber quer pagar R$ 90. E o custo só aumentou: combustível, seguro, manutenção. Nada ficou mais barato”, disse.

Cláudio, que atua como motorista desde o primeiro dia da Uber em Salvador, alertou que o Brasil é o único país onde a plataforma teria abraçado uma proposta regulatória — o que, segundo ele, é sinal de alerta. “Na Inglaterra, na Espanha, na Holanda… a Uber fugiu da regulamentação. Aqui, ela apoiou. Isso por si só já mostra que a proposta não é boa para o motorista”, afirmou.

“A Uber não paga nada, mas controla tudo”

Para Cláudio, o modelo atual é desequilibrado. Ele afirmou que a Uber não arca com nenhum custo operacional, mas tem controle absoluto sobre a precificação. “A empresa manipula a tarifa como quer. O dono de supermercado repassa o custo. A Uber, não. Ela só reduz. E todo o custo é do motorista.”

Ele defendeu o PL 536, projeto construído por motoristas que cria a figura do “profissional de mobilidade”, com liberdade para atuar e direitos garantidos. “Esse projeto exige que a tarifa considere o custo real da operação, algo que hoje é totalmente ignorado.”

Pedido direto à Comissão de Trabalho

Cláudio encerrou sua fala pedindo ao deputado Leo Prates, presidente da Comissão de Trabalho da Câmara, que impeça o avanço da proposta atual de regulamentação:

“Essa proposta não presta. Ela precisa ser descartada. O motorista precisa ser ouvido. Essa perversidade da Uber tem que acabar.”

Enquanto isso, segundo ele, a Uber anunciou lucro de US$ 1,78 bilhão e aumento de 14% nas viagens. “A empresa lucra mais e o motorista ganha menos. Isso não é coincidência. Isso é política deliberada.”

Nota de transparência: Esta matéria foi produzida com o apoio de inteligência artificial e revisada por um jornalista do 55content.

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Redação 55content

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