Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do 55content
Qual a diferença que senti ao mudar da categoria X direto para a Black, em termos de faturamento, tipo de passageiro, conforto e comodidade?
Quero compartilhar toda essa experiência com vocês e contar se realmente valeu a pena ter comprado o BYD King para trabalhar na categoria Black dos aplicativos.
No dia 8 de janeiro, tomei uma decisão radical: saí do carro alugado e mudei para um veículo da categoria Black. Essa mudança impactou bastante meus ganhos — e principalmente minhas despesas. A partir daí, comecei a refletir: será que valeu a pena assumir um custo de operação mais alto para atuar no Black? Na minha visão, sim. Valeu a pena. Mas não quero influenciar ninguém a seguir esse caminho — apenas compartilhar minha experiência.
Primeiro ponto: sou motorista de aplicativo há quase 9 anos. Em junho ou julho completo esse tempo, e, durante essa trajetória, atuei pouquíssimas vezes como motorista Comfort — imagina como Black. Em algumas ocasiões, aluguei carros da categoria Black e rodei por uma semana ou um final de semana, mas nunca tive uma experiência completa como agora.
Depois de tanto tempo no volante e de tantas corridas realizadas, percebi que estava no limite. Ou eu fazia um upgrade e buscava mais qualidade no meu trabalho, ou não aguentaria mais. E aqui nem estou falando do aspecto financeiro — o principal motivador foi mesmo a qualidade dos passageiros e o conforto no trabalho.
O passageiro do X é muito diferente do passageiro do Black. No Black, é raro pegar corridas com 4 passageiros — geralmente são 1 ou 2. Desde que entrei na categoria, ninguém pediu para levar 5 pessoas, o que era comum no X. Além disso, a região onde trabalho também melhorou: estou quase sempre em áreas nobres, o que reduz muito o risco de assaltos, especialmente à noite. Pego pessoas de maior poder aquisitivo, entrando e saindo de condomínios e prédios de luxo, o que reduz muito a exposição a situações perigosas.
Outro ponto: educação dos passageiros. Sei que pode soar arrogante, mas é fato que, no geral, passageiros com maior poder aquisitivo costumam ser mais educados. Todas as vezes em que tive problemas como: falta de educação, prometer pagar depois, comer dentro do carro, querer colocar 5 pessoas, avaliações injustas por recusas razoáveis — isso tudo aconteceu na categoria X. No Comfort já melhora bastante, mas no Black, a diferença é gritante.
Além disso, meu joelho estava sofrendo com o carro manual. Hoje, trabalho com um carro automático, 100% no ar-condicionado. A tarifa do Black, apesar de não ser maravilhosa, permite rodar com conforto sem ficar se perguntando se a corrida está valendo a pena com o ar-condicionado ligado. Antes eu já usava o ar-condicionado, mas ficava com receio do impacto no lucro. Hoje, não me preocupo mais com isso.
Queria mais conforto, menos estresse com passageiros. Depois de tantos anos, já estava no limite emocional. Comecei a discutir com passageiro, o que não é saudável. Ou eu mudava ou parava. E por isso decidi ir para o Black — e não me arrependo.
Meu joelho não dói mais como antes. Tenho problema de cartilagem gasta, e o movimento constante de passar marcha piorava a situação. Agora, o carro tem até auto hold: ele para, permanece engrenado e eu posso tirar o pé do freio. É muito mais confortável. O banco, os passageiros, tudo colabora. Mesmo que o faturamento fosse igual ao do X, só pelo conforto, já valeria a pena. Mas, para minha surpresa, não foi só isso.
Vamos falar de dinheiro.
Não estou aqui para dizer quanto custa um carro Black — isso varia muito. Mas essa é a conta que muda o jogo. Muitos motoristas se endividam com carros alugados e acabam ganhando menos no Black do que ganhavam no X. Tudo depende. Trabalhamos por dinheiro. E se você começa a perder muito dinheiro só para ter conforto ou um carro bacana, precisa reavaliar. Agora, se a perda for pequena e você ganhar qualidade de vida e mais horas de trabalho, pode fazer sentido.
Muita gente perde a mão. Compra um carro muito caro, faz um financiamento ruim, e se enrola. Eu peguei um carro caro, sim, mas com uma prestação que me permite ganhar praticamente o mesmo que no X. Além disso, rodo menos, e o carro é super econômico. Quando coloco tudo na ponta do lápis, o lucro líquido é muito parecido com o que eu tinha no UberX.
Mas aí entra o diferencial: comecei a fazer corridas particulares. E isso está crescendo. Cada vez mais particulares. E é aí que estou ganhando mais. Conheço motoristas que estão no Black há anos e não conseguiram isso. Eu consegui formar uma cartela de clientes rápido e de forma eficiente. Tenho muitos contatos — e nem todo mundo pode comprar um carro pensando que vai fazer particular, porque não é fácil. Conheço motoristas frustrados por isso.
No meu caso, além da competência em captar clientes para transporte executivo, também sou bem relacionado no mundo dos aplicativos. Isso tem me ajudado muito. Não digo que é mérito meu, mas sim algo que me favoreceu e tem agregado valor.
Financeiramente, com os aplicativos, estou basicamente no mesmo nível de antes. Mas agora com mais conforto, mais segurança, menos quilometragem rodada e melhores passageiros. Fora a possibilidade real de aumentar o faturamento com os particulares.
Se você está pensando em virar motorista Black, esse texto não é para te influenciar, mas sim para abrir sua mente. A depender do custo do carro, pode valer a pena. Mas nunca faça isso sem ter uma boa entrada ou pegando um financiamento descontrolado. Se o custo do carro for próximo ao de um carro X, aí começa a fazer sentido. Você vai ganhar mais por quilômetro, rodar menos, e o custo do carro vai acompanhar o custo do trabalho.
Vale a pena entrar no transporte executivo ou na categoria Black, pensando no conforto e no luxo que isso oferece.
E claro, quero saber sua opinião! Você já é motorista Black ou está pensando em migrar? Qual a sua dúvida? Deixe nos comentários e vamos ver se outros motoristas também podem ajudar você nessa decisão.