Como se cadastrar para vender pelo iFood

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Reportagem
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A imagem mostra um smartphone com a tela exibindo o logo do iFood, posicionado no centro de um prato branco. O prato está sobre uma superfície vermelha, e ao redor dele há talheres e uma xícara, sugerindo um cenário de refeição.
Foto: Reprodução/ iFood

Saiba como funciona o processo de cadastro para vender pelo iFood, os planos oferecidos pela plataforma e dicas para maximizar suas vendas e lucros.

O iFood oferece uma plataforma acessível para restaurantes e mercados interessados em expandir suas vendas. 

O processo de cadastro é simples e pode ser realizado em etapas, com diferentes opções de planos que atendem às necessidades dos estabelecimentos.

Como se cadastrar e pré-requisitos

Para se cadastrar no iFood, o primeiro passo é acessar o site Parceiros iFood e escolher o plano mais adequado ao seu estabelecimento, seja o Plano Básico ou o Plano Entrega, que serão explicados abaixo.

O processo de cadastro exige alguns documentos, como o CNPJ e o CNAE alimentício, necessário para atividades do setor de alimentação. Caso o empreendedor seja MEI (Microempreendedor Individual), é possível utilizar uma conta bancária física vinculada ao CPF.

Após preencher as informações solicitadas, o próximo passo é a assinatura do contrato com o iFood. Uma vez concluído o cadastro, o parceiro terá acesso ao Portal do Parceiro, uma ferramenta que permite configurar o perfil da loja, gerenciar o cardápio e acompanhar o desempenho das vendas. O iFood também destaca que esse portal oferece recursos para impulsionar as vendas, como campanhas e ferramentas de marketing.

Além dos documentos, é importante que o estabelecimento atenda a alguns pré-requisitos básicos para operar de forma eficiente na plataforma. Dependendo do plano escolhido, pode ser necessário ter uma equipe de entregadores próprios. 

Em declaração ao 55content, a plataforma apresentou seu canal do Youtube como uma opção para pessoas tirarem suas dúvidas sobre o processo de cadastro.

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Pré-requisitos estabelecidos pela plataforma:

– Ter CNPJ e CNAE alimentício ou, em algumas regiões, CPF com regras específicas.

– Ter uma conta bancária jurídica vinculada ao CNPJ (ou conta física para MEIs).

– Possuir entregadores próprios (caso opte pelo Plano Básico).

– Prestar atendimento adequado aos clientes.

– Ter acesso a internet estável.

– Usar um computador com sistema Windows.

– Ter volume ou potencial claro de vendas, entregando refeições ou itens prontos para consumo.

Taxas e planos do iFood

O iFood disponibiliza duas opções principais para comerciantes: iFood Restaurante e iFood Mercado. Cada uma dessas categorias oferece planos específicos, voltados à gestão de pedidos e entregas, com variações de acordo com o tipo de estabelecimento e suas necessidades operacionais.

iFood Restaurante

O iFood Restaurante atende mais de 300 mil restaurantes em 1.700 municípios brasileiros, sendo que a maioria dos estabelecimentos cadastrados é composta por pequenos e médios empreendedores, de acordo com a plataforma.

Para esses parceiros, o iFood oferece dois planos principais: Plano Básico e Plano Entrega.

Plano Básico

O Plano Básico é voltado para restaurantes que já possuem estrutura de entrega própria. As condições desse plano são:

– Comissão de 12% sobre pedidos de delivery;

– Mensalidade de R$110,00 para faturamentos superiores a R$1.800,00 por mês;

– Taxa de 3,2% para pedidos pagos via iFood.

Além disso, o plano oferece:

– Acesso ao Gestor de Pedidos para controle das solicitações;

– Ferramentas de marketing;

– Participação em campanhas e promoções do iFood.

Nesse plano, a loja é responsável pelas entregas dos pedidos.

Plano Entrega

O Plano Entrega oferece uma solução em que a responsabilidade pela entrega dos pedidos é repassada ao iFood. As condições são:

– Comissão de 23% sobre pedidos de delivery;

– Mensalidade de R$150,00 para faturamentos acima de R$1.800,00 por mês;

– Taxa de 3,2% sobre pedidos pagos via iFood.

Os benefícios incluem:

– Entrega realizada por entregadores parceiros do iFood;

– Rastreamento das entregas em tempo real;

– Suporte do iFood até a conclusão da entrega;

– Tecnologia para gerenciamento do tempo de preparo e entrega;

– Seguro contra fraudes nas entregas.

O Plano Entrega é uma opção para estabelecimentos que desejam delegar a logística de entrega ao iFood, mas sua disponibilidade pode variar de acordo com a região.

As taxas cobradas pela plataforma são uma parte importante da escolha de cadastrar os restaurantes. Thaiza Galindo, proprietária do Valentins Burguer, uma hamburgueria localizada em Irajá, no Rio de Janeiro, afirma que é importante analisar bem: “As taxas do iFood são relativamente altas, e é algo que deve ser analisado cuidadosamente. Contudo, o alcance e a visibilidade que a plataforma proporciona compensam para muitos restaurantes, inclusive o Valentins Burguer. O segredo é calcular bem os custos para manter a margem de lucro e não comprometer a operação”.

iFood Mercado

O iFood Mercado foi lançado em 2019, permitindo a compra de produtos em mercados, farmácias, lojas de bebidas e de itens para pets. Em 2023, a plataforma já contava com mais de 60 mil estabelecimentos cadastrados em mil cidades brasileiras.

Nessa modalidade, as entregas podem ser feitas em até 15 minutos, dependendo da localidade.

Os mercados cadastrados no iFood Mercado contam com o suporte da parceria com o SiteMercado, que oferece:

– Visibilidade para os estabelecimentos.

– Gerenciamento dos pedidos realizados online.

– Descontos em produtos e serviços.

Como começar a vender

Para começar a vender pela plataforma do iFood, é necessário primeiro construir o perfil da loja. Isso pode ser feito no Portal do Parceiro, onde você deve acessar a barra lateral e procurar a opção “Perfil”.

Nessa seção, é possível personalizar o perfil do estabelecimento, começando pela inserção do logotipo da empresa, que será exibido aos clientes no aplicativo. No caso dos restaurantes, também é necessário incluir uma imagem de capa, que pode ser uma foto que destaque os principais pratos oferecidos. Essa imagem aparecerá para os consumidores durante a navegação.

Outro ponto importante é a criação de uma descrição do estabelecimento. Nessa parte, deve-se informar o que a loja oferece, destacando os principais pratos e qualquer diferencial que possa ser relevante para os clientes. Por fim, é possível definir o pedido mínimo, ou seja, o valor mínimo que o cliente deve gastar para finalizar uma compra.

A estruturação do cardápio também é uma etapa essencial no processo de venda pelo iFood. A organização das categorias do cardápio deve seguir uma ordem lógica e funcional. O recomendado pela plataforma é começar pelas promoções e combos mais atrativos, seguidos pelos pratos principais, e finalizar com sobremesas e bebidas. Essa ordem ajuda o cliente a encontrar facilmente o que está buscando e a visualizar ofertas especiais.

Na descrição dos pratos, o iFood destaca que é importante detalhar cada item, utilizando o campo de descrição para informar os ingredientes e a forma de preparo. Esse cuidado facilita o entendimento dos clientes e ajuda a evitar problemas relacionados a restrições alimentares, como alergias. Além disso, o cardápio pode oferecer opções de complementos, que permitem ao cliente personalizar o pedido, como escolher o tamanho da refeição ou adicionar ingredientes extras. Sobre sua experiência com o cadastro, Thaiza afirma: “No começo, o desafio foi entender todas as funcionalidades da plataforma e ajustar nosso cardápio, especialmente as fotos e descrições para se destacar. Para quem está começando, eu aconselharia começar com um cardápio enxuto, oferecendo seus melhores pratos. Fotos de qualidade e boas descrições fazem muita diferença. Além disso, é crucial garantir que o tempo de preparo e a logística estejam bem ajustados para evitar atrasos. Avaliar e revisar constantemente as taxas e entender o custo-benefício também é fundamental”.

Já Luíza Rios, proprietária do Brownie SweetsLu, uma doceria que atua em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, recomenda para iniciantes na plataforma: “Indico a fazer uma precificação muito específica, para cobrir todos os gastos e taxas do iFood. Também ter sempre produto disponível a pronta entrega e funcionar nos horários extensos (12:00 às 20:00)”.

Por fim, as fotos dos produtos têm um papel relevante na apresentação do cardápio. O iFood recomenda que as imagens sejam reais, para que representem com precisão os pratos que serão entregues. O uso de fotos genéricas pode criar uma expectativa diferente da realidade, o que pode impactar a experiência do cliente. Thaiza conta: “Nós investimos muito na apresentação do cardápio, com fotos bem tiradas e descrições detalhadas. Participar de promoções da plataforma, como “Frete Grátis” também ajuda a atrair novos clientes. Além disso, sempre priorizamos a qualidade da embalagem e do atendimento, para garantir boas avaliações.”

Como funciona a dinâmica com os entregadores?

A dinâmica de entregas no iFood varia de acordo com o plano escolhido pelo estabelecimento, conforme explicado anteriormente. Segundo Thaiza, a entrega é uma parte importante do negócio: “O mais importante é configurar o tempo de entrega corretamente para evitar problemas com clientes”.

Existem dois modelos principais de operação: Entrega própria e Entrega Fácil, cada um com características distintas que devem ser avaliadas pelo comerciante conforme sua necessidade e estrutura.

Na entrega própria, a responsabilidade pela logística de entrega é inteiramente do estabelecimento. Isso significa que o negócio deve contar com uma equipe própria de entregadores, que estejam treinados para realizar o atendimento, processar pagamentos e garantir os cuidados necessários com os pedidos.

Esse modelo oferece controle total sobre a operação, mas também exige maior organização e recursos para lidar com possíveis aumentos na demanda. A capacidade de gerenciar a entrega pode ser limitada pela quantidade de entregadores disponíveis.

Já a Entrega Fácil permite que o estabelecimento utilize os entregadores parceiros do iFood para realizar o transporte dos produtos. Essa modalidade pode ser aplicada tanto para pedidos feitos dentro do próprio aplicativo quanto para aqueles realizados por canais externos, como redes sociais, sites próprios ou pelo Cardápio Digital.

O serviço é ativado conforme a necessidade do estabelecimento, que pode acionar entregadores sempre que houver demanda. Para utilizar esse modelo, o restaurante precisa estar integrado ao Gestor de Pedidos do iFood.

Dicas para vender melhor

O próprio iFood fornece dicas para os restaurantes que desejam potencializar suas vendas:

1. Conheça as tendências  

   – Identifique o que os clientes estão consumindo atualmente;  

   – Adapte o cardápio para atender às demandas do público.

2. Escolha um bom canal de vendas  

   – Ao ser parceiro do iFood, o estabelecimento já conta com visibilidade e organização na plataforma;  

   – Avalie a importância de um canal estruturado para garantir boas vendas.

3. Ofereça um bom atendimento  

   – Garanta atendimento eficiente e ágil para tirar dúvidas e resolver problemas;  

   – Um atendimento de qualidade pode influenciar diretamente a decisão de recompra.

4. Não esqueça do pós-venda  

   – Solicite avaliações dos clientes;  

   – Ofereça cupons de desconto para futuras compras;  

   – Crie um programa de fidelidade;  

   – Divulgue promoções e novidades no cardápio;  

   – Resolva problemas de forma calma e cortês para garantir uma boa experiência.

5. Construa promoções e cupons

   – Ofereça cupons de desconto para atrair novos clientes e impulsionar as vendas;  

   – Estabelecimentos que oferecem promoções são destacados na página de navegação do iFood;  

   – Use as modalidades de desconto sugeridas pela plataforma para desenvolver sua estratégia.

6. Acompanhe os canais de comunicação do iFood 

   – Mantenha-se atualizado sobre promoções, conteúdos e premiações por meio dos canais oficiais do iFood, como blog, YouTube, Instagram, e-mail e WhatsApp;  

   – Utilize esses recursos para melhorar o desempenho do estabelecimento na plataforma.

Vantagens e desvantagens

Segundo o iFood, ser uma loja parceira traz várias vantagens para os estabelecimentos que utilizam a plataforma. Uma das opções oferecidas é a Entrega Fácil, que permite ao comerciante gerenciar tanto os pedidos recebidos pelo iFood quanto os pedidos feitos por outros canais, como WhatsApp, redes sociais e telefone. Essa flexibilidade facilita o atendimento aos clientes em diferentes plataformas.

Outra vantagem é a gestão simples, que não exige um ponto de venda físico ou computador. O iFood permite que o negócio seja gerenciado diretamente pelo celular, possibilitando o acompanhamento de pedidos e outras atividades de qualquer lugar, o que simplifica o processo operacional.

O iFood também afirma que oferece consultoria gratuita por 30 dias para seus parceiros. Durante esse período, especialistas em performance auxiliam os estabelecimentos a melhorar suas operações e identificar oportunidades de crescimento.

Além disso, a plataforma conta que disponibiliza uma conta digital, que possibilita o recebimento semanal dos repasses das vendas realizadas. Esse serviço também oferece crédito com taxas facilitadas, ajudando o fluxo de caixa do estabelecimento, de acordo com as informações fornecidas pelo próprio iFood.

No entanto, há também desvantagens de vender pela plataforma, apesar da visibilidade.

A proprietária do Valentins Burguer conta que há algumas melhorias que ela apontaria para o app: “Eu gostaria de mais flexibilidade nas taxas para pequenos e médios restaurantes, principalmente para aqueles que estão começando. Outro ponto seria a melhoria nas ferramentas de suporte e de feedback dos clientes, para facilitar a resolução de problemas de forma mais rápida e eficiente.”

A confeiteira Luíza também aponta as taxas como a maior desvantagem da plataforma: “Eu prefiro vender pelo Instagram, porque pelo iFood as pessoas desistem de pedir, já que o valor é bem mais alto. Mas as pessoas que pedem para pagar no crédito online, pedem bastante pela plataforma. Não acho as taxas justas, às vezes nem abro minha loja no iFood, porque é perda de dinheiro. Recebo só uma semana depois e ainda recebo a menos, por conta das taxas”.

Foto de Anna Julia Paixão
Anna Julia Paixão

Anna Julia Paixão é estagiária em jornalismo do 55content e graduanda na Escola Superior de Propaganda e Marketing.

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