E os motoristas defendem que a categoria seja proibida de usar determinadas roupas durante o trabalho.
Pelo menos essa foi a resposta na maioria dos entrevistados na pergunta do dia do 55.
Na última semana, a prefeitura de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, regulamentou o transporte por aplicativo na cidade. O ponto mais polêmico na nova regulamentação é a proibição de os motoristas usarem regatas, bermudas, roupas com decotes, roupas que mostrem o abdômen ou o tórax, roupas acima do joelho, chinelos, sandálias abertas no calcanhar e bonés.
No total, 94 motoristas de 59 cidades diferentes do Brasil responderam à pesquisa, com uma maioria de 56,7% mostrando-se favorável à criação dessa regra. As opiniões se diversificam em vários aspectos, refletindo uma variedade de perspectivas sobre a importância da apresentação profissional versus a necessidade de conforto e praticidade.
Para o motorista Gustavo Reis, de São Paulo, existem argumentos em favor de um código de vestimenta mais formal para motoristas de aplicativo, visando uma imagem mais profissional e garantindo uma experiência mais segura e confiável para os passageiros:
- Ambiente profissional
- Confiança nos passageiros
- Facilitar a identificação do motorista, principalmente à noite
- Um motorista que se apresenta de maneira mais profissional pode ser percebido como mais atencioso e dedicado ao serviço.
- Desenvolver uma experiência mais alinhada com as expectativas dos passageiros.
“Sabemos que uma vestimenta mais informal, permitindo que os motoristas usem roupas mais confortáveis, como bonés, camisetas e bermudas, pode aumentar seu nível de conforto durante longas jornadas de trabalho. Encontrar um equilíbrio entre a formalidade e a praticidade pode ser essencial para garantir uma experiência positiva tanto para os motoristas quanto para os usuários”.
Para o motorista Williamar Freitas, de Goiânia, que também concorda com a proibição, o traje às vezes diz alguma coisa. “Acho que as empresas deveriam nos dar um uniforme, caracterizando o motorista e o aplicativo”.
É claro que nem todos os motoristas concordam com a proibição.
O motorista Andson Pereira Santiago, de Sorocaba, conta que só trabalha de bermuda. “Aqui é muito calor. Em vez de os aplicativos ficarem preocupados com isso, tinham que aumentar as tarifas que estão defasadas. Lógico que a pessoa tem que se vestir adequadamente. Acho que o ideal é só proibir boné que obstrua a visão do passageiro e, para as mulheres, proibir decotes e roupas que mostrem o corpo”.
Para o motorista Vander Rodrigues Loto, de São Paulo, esse tipo de determinação ultrapassa limites da atuação do estado. “Não somos funcionários públicos, tão pouco das empresas de aplicativos. O uso de chinelos e sandálias já é proibido pelo código de trânsito, e as roupas que o motorista utiliza são escolhas pessoais, além do mais, em uma cidade quente como Bragança Paulista, proibir uso de bermudas e regatas chega a ser desumano”.