O iFood, um dos maiores aplicativos de entrega do Brasil, deu mais um passo para garantir a segurança e o bem-estar dos seus mais de 250 mil entregadores. A empresa, desde novembro desde ano, vem expandindo a sua iniciativa de apoio, dando assistência em casos de agressão física, ameaça, assédio, abuso e violência sexual.
Esta expansão vem após o sucesso da central de apoio jurídico e psicológico, inaugurada em junho deste ano, que já atendeu mais de 20 casos de entregadores vítimas de discriminação. Apenas no mês de setembro, o iFood recebeu 157 denúncias na capital paulista. Além disso, uma pesquisa interna do iFood revelou que, em 2023, 20% dos entregadores enfrentaram discriminação, mas apenas 17% reportaram esses incidentes, indicando um problema de subnotificação.
De acordo com Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood, os principais fatores que levam a tensões entre entregadores e clientes são o tempo limitado e o estresse social. Borges observa que essa tensão aumentou no período pós-pandemia, com a interação entre as partes tornando-se mais hostil.
Ele aponta que, frequentemente, os conflitos ocorrem não apenas com os clientes, mas também com outras pessoas que os entregadores encontram em suas rotas.
Com o objetivo de incentivar mais denúncias e o uso efetivo da central, o iFood, em parceria com as Black Sisters in Law, está concentrando esforços em três áreas principais:
- Capacitação: Implementação de um programa educacional para todos os entregadores, abordando temas como letramento racial, identificação de discriminação e conduta adequada em interações com a polícia.
- Conscientização: Criação e distribuição de um guia explicativo sobre as responsabilidades de entregadores, estabelecimentos e clientes dentro do ecossistema do iFood.
- Mapeamento: Coleta de dados estratégicos para identificar locais de maior incidência de incidentes e as principais queixas dos entregadores, visando ações mais efetivas de prevenção e conscientização.
“A subnotificação é um problema sério. Estamos incentivando as denúncias e oferecendo suporte jurídico e psicológico para que nossos entregadores sintam-se seguros ao relatar incidentes. Com as Black Sisters in Law, estamos investindo em educação, conscientização e mapeamento para criar uma mudança real na cultura do iFood”, explica o diretor.
O processo de atendimento começa com a denúncia de um incidente pelo entregador através do aplicativo. A equipe de Segurança do iFood então entra em contato para prestar suporte inicial e avaliar a elegibilidade para o suporte jurídico e psicológico oferecido.
Este suporte, que é gratuito, oferece aos entregadores a escolha entre assistência jurídica, psicológica ou ambas. Se aceitarem, o iFood coordena com as Black Sisters para iniciar o processo de triagem e encaminhamento para os profissionais adequados.
Além do suporte jurídico, o entregador tem o direito de receber assistência psicológica. Serão disponibilizadas até três sessões de terapia para ajudar a lidar com as consequências emocionais desse tipo de situação.
“A saúde mental dos entregadores é fundamental. Estamos oferecendo suporte jurídico e até três sessões de terapia para ajudá-los a enfrentar as consequências emocionais de situações difíceis. Não queremos apenas resolver problemas, queremos evitá-los. Estamos trabalhando para prevenir incidentes e promover uma cultura de inclusão e respeito em nossa comunidade de entregadores”, finaliza Borges.
Por fim, o iFood diz que tem seguro para os entregadores, que vai de R$ 15 mil para despesas com saúde até R$ 100 mil, em caso de invalidez ou morte. Existe também um valor variável para lesões temporárias.