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Zanin diz que STF consagra liberdade econômica ao negar vínculo de entregador com Rappi

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Aplicativos de Entrega, Entregador, Rappi
Zanin diz que STF consagra liberdade economica ao negar vinculo de entregador com Rappi
Zanin diz que STF consagra liberdade economica ao negar vinculo de entregador com Rappi

O ministro Cristiano Zanin suspendeu uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho e negou o vínculo de emprego entre um entregador e a Rappi.

A empresa entrou com uma ação na suprema corte alegando que o simples fato de intermediar, por meio de sua plataforma digital, o serviço de entrega oferecido pelos entregadores aos usuários do aplicativo, não implica, por si só, na existência de vínculo de emprego entre as partes.

Segundo a Rappi, os pagamentos do frete realizados aos entregadores são feitos pelos consumidores, de modo que a empresa não retém qualquer quantia referente ao encargo/frete realizado pelo entregador independente, e muito menos a gorjeta eventualmente paga pelo consumidor.

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“Desta forma, resta evidente que o frete não constitui fonte de receita da Rappi, já que esta advém, em regra, de valores pagos pelos estabelecimentos comerciais parceiros, bem como do licenciamento do software e marketing online”.

Zanin concordou com a empresa, relembrando decisões anteriores da corte.

“Sobre o tema, detalho que o Supremo Tribunal Federal, com fundamento nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência, entendeu ser possível a terceirização de qualquer atividade econômica, ficando superada a distinção estabelecida entre atividade-fim e atividade-meio firmada pela jurisprudência trabalhista”.

Zanin ainda prosseguiu: “(…) ao reconhecer o vínculo de emprego, a Justiça do Trabalho desconsiderou os aspectos jurídicos relacionados à questão, em especial os precedentes do Supremo Tribunal Federal que consagram a liberdade econômica e de organização das atividades produtivas”.

Com a decisão, Zanin, que possui o menor tempo na corte, entra na lista do que negaram o vínculo de emprego em plataformas digitais.

Apenas em 2023, os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Gilmar Mendes, tomaram decisões semelhantes.

Coincidentemente, antes de Zanin, a decisão sobre esse tipo de caso foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes, decano, ou seja, o ministro mais antigo no STF. Ao negar o vínculo entre um motorista e a Cabify, Gilmar também criticou a justiça do trabalho pelas decisões em favor ao vínculo.

Vinícius Guahy

Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.

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