Os eVTOLs estão sendo produzidos pela Eve, subsidiária da Embraer, e serão lançados no Rio de Janeiro.
Imagine a seguinte cena: um garoto encontra um cientista que cria uma máquina do tempo em um carro modelo “DeLorean”. Os protagonistas viajam então para o ano de 2015, onde Marty McFly se depara com publicidades em 3D nas ruas, robôs atendentes e os tão sonhados carros voadores. Mais de 35 anos depois do lançamento do filme “De Volta Para o Futuro”, essa realidade pode estar muito mais perto de acontecer do que se imaginava, e o Brasil será o pioneiro na produção de carros voadores.
A Eve Air Mobility, subsidiária da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), está desenvolvendo um eVTOL (sigla em inglês para aeronave de decolagem e aterrissagem vertical elétrica). Os eVTOLs prestarão um serviço de “táxi aéreo”. O diferencial é o combustível limpo, já que o veículo será 100% elétrico. A previsão, segundo o CEO André Stein, é que os “carros voadores” estejam disponíveis e comecem a circular em 2026. A cidade escolhida para o lançamento foi o Rio de Janeiro.
“Esse é um importante passo na evolução da área de mobilidade urbana. Parecido com um drone, o eVTOL não é um carro voador nem um helicóptero, é algo novo”, ressalta Stein.

Durante o WebSummit Rio, Stein reforçou que os eVTOLs serão aeronaves tripuladas por pilotos treinados, funcionarão à base de combustíveis limpos e possibilitarão que viagens longas sejam feitas de forma mais rápida. As aeronaves terão autonomia de até 100 km e partirão de trechos pré-definidos pela Eve.
“Será possível fazer trechos longos em pouco tempo, de forma mais eficiente. Eu, por exemplo, levo mais de uma hora para fazer o trajeto de Botafogo (Zona Sul do Rio de Janeiro) para a Barra da Tijuca. Com o eVTOL, esse trecho poderá ser realizado em até 15 minutos”, afirmou André Stein durante sua fala no WebSummit.
Outro passo importante na implementação dessa nova modalidade de viagens será a construção de “bases aéreas” nos locais de operação. Hoje, a Embraer já registra mais de 2 mil pedidos de eVTOLs, que variam entre empresas de táxi aéreo, governos e prefeituras do Brasil e exterior. Atualmente, o mercado de mobilidade urbana é dominado por empresas especializadas no ramo. Segundo André, a ideia do projeto é tornar a tecnologia cada vez mais acessível.